O titular do Ministério do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), expôs intenções de reformular as diretrizes de receita para o Microempreendedor Individual (MEI). Segundo França, a iniciativa tem por objetivo estimular os empreendedores a contribuir mais para a Previdência, visando a obtenção de benefícios previdenciários mais robustos.
O ministro está ponderando a instauração de um sistema tributário que se baseie numa escala de receitas mensais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Essa declaração foi feita durante o segundo encontro ordinário do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (FPMPE), sediado no edifício principal da CNC, em Brasília. O evento contou com a presença do presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB).
O limite vigente de receita para o MEI está em R$ 81.000 por ano, e o valor do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) varia de R$ 67 a R$ 72, dependendo da atividade do microempreendedor. Esse montante engloba impostos como o INSS, equivalente a um salário mínimo.
Com essa possível mudança, a ideia é que, ao ampliar sua contribuição, o MEI possa almejar uma aposentadoria que exceda o valor de um salário mínimo. Márcio França acredita que essa modificação pode contribuir para mitigar os desafios financeiros da Previdência.
LEIA TAMBÉM!
“Não resolverá todos os problemas, mas se mais pessoas contribuírem com montantes maiores, certamente reduzirá o déficit”, afirmou o ministro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Crédito para MEI Além disso, França defendeu a criação de um fundo garantidor de crédito para facilitar empréstimos direcionados aos pequenos empreendedores, com o propósito de fomentar a formalização dos trabalhadores informais.
Ele ressaltou a importância de estabelecer linhas de financiamento que abranjam todas as instituições bancárias do país, tanto privadas quanto públicas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O que muda para MEI
MEI é um Microempreendedor Individual (Foto: Reprodução)
A sugestão de instituir um fundo garantidor para os microempreendedores também recebeu apoio de Geraldo Alckmin. “O crédito, dependendo das taxas, pode não ser a solução e pode se tornar um problema. Precisamos nos concentrar em um fundo garantidor”, enfatizou o presidente interino.
Transição de MEI para microempresa Quanto à transição do MEI, França indicou que as novas regras, programadas para entrar em vigor a partir de 2024, buscam tributar somente a parte que ultrapassa o limite de faturamento do MEI.
Atualmente, se a receita exceder R$ 81.000 por ano, o empreendedor é obrigado a migrar para o regime tributário de microempresa. A ideia é taxar apenas o valor excedente ao limite, evitando uma mudança automática de regime tributário para o MEI.
Atualmente, se a receita for até 20% acima do limite (ou seja, até R$ 97.200,00), o MEI pode permanecer no Simples Nacional, mas será desenquadrado da condição de MEI no ano seguinte.
Agora, se a receita ultrapassar 20% do limite, o MEI será desenquadrado, se tornará uma microempresa e será tributado com base no Simples Nacional retroativamente ao início do ano – ou seja, será cobrado imposto em todas as notas emitidas no ano em que ocorreu o excesso.