Um Lugar ao Sol escancara etarismo na TV; entenda

10/11/2021 às 8h56

Por: Beatriz Castro
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Marieta Severo (Foto: Reprodução)

Marieta Severo, no ar em Um Lugar ao Sol, explicou em entrevista o motivo de ter assumido seus cabelos brancos. Com 74 anos, a atriz confessou que se surpreendeu por poder deixar os fios naturais e levantou a questão sobre o preconceito que atinge essa parcela da população: o etarismo.

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A única certeza que temos na vida, além da morte, é de que o tempo corre para todo mundo. “Nós vivemos uma cultura no Brasil em função da visibilidade midiática, que tem como característica o que se chama de jovencentrismo. Juventude parece ser um valor considerado muito necessário. Todos precisamos projetar uma imagem compatível com essa ideia de juventude”, explica Gisela Castro, doutora em Comunicação e professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).

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Dentro dessa mentalidade, rugas e cabelos brancos são vilões a serem derrotados. “Parece que a ideia de velhice, do velho, tem sido socialmente associada no Brasil como algo negativo, da perda, do declínio, não só à morte, como também à doença, à perda dos controles físicos emocionais; portanto, algo que deve ser combatido”, complementa Gisela, especialista em envelhecimento e longevidade.

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Em A Fazenda 13, houve um exemplo claro de etarismo na TV. Em uma briga entre Solange Gomes, 47 anos, e Rico Melquiades, 30 anos, o influenciador a chamou de “velha”, como se isso fosse defeito.

Etarismo é o preconceito contra idosos (Foto: Reprodução)

Etarismo é o preconceito contra idosos (Foto: Reprodução)

O que é etarismo?

Etarismo é o nome que se dá ao preconceito e à intolerância com pessoas mais velhas. Dizer que alguém “não tem mais idade” para algo é considerado etarismo, assim como qualquer discriminação por conta da idade avançada.

De acordo com uma projeção do Ministério da Saúde, em 2030 o Brasil terá mais idosos que crianças de 0 a 14 anos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que, em 2050, um quinto da população mundial será de idosos.

Mas a mídia não parece acompanhar essa tendência: “Na cultura midiática, que tem uma ênfase muito grande na aparência, o que a gente vê, sobretudo na cultura audiovisual, na televisão e em outros suportes, é uma baixa incidência de pessoas mais velhas na frente das telas, isso é bastante significativo. Além disso, vemos imagens muito manipuladas dessas pessoas mais velhas, homens ou mulheres”, avalia Gisela.

“A indústria antienvelhecimento é uma indústria multimilionária, que vende essa ideia como ‘cuidado pessoal’, quando talvez não tenha nada a ver com isso. [Entram nessa conta] Uma rotina que vai desde a aplicação de produtos dos mais variados até pequenas intervenções, como preenchimento, botox, até procedimentos cirúrgicos mais ostensivo”, complementa a especialista.

Autor(a):

Tenho 33 anos e sou formada em Produção Multimídia. Sempre fui uma apaixonada por leitura, escrita e televisão. Adoro trazer informações sobre o mundo das celebridades.

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