Uber sofre derrota na Justiça e tem que contratar todos os motoristas com carteira assinada

15/09/2023 às 12h19

Por: Fernanda Zanardo
Imagem PreCarregada
Uber sofre derrota na Justiça (Imagem Reprodução Internet)

O aplicativo de transporte está com problemas ao lidar com uma derrota na Justiça do Trabalho e precisa registrar todos os motoristas; Entenda

A Uber, uma das plataformas de transporte mais reconhecidas no Brasil, enfrenta um significativo revés legal devido a uma decisão de grande alcance proferida pelo Juiz Maurício Pereira Simões, da 4ª Vara do Trabalho de São Paulo. O magistrado determinou que a empresa registre todos os seus motoristas sob a égide das leis trabalhistas brasileiras, regulamentadas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Ademais, a plataforma foi condenada a pagar uma multa de R$ 1 bilhão por danos morais coletivos. Esta sentença surpreendente é resultado de uma ação civil pública movida pela Procuradoria Regional do Trabalho.

Motorista processa a Uber e justiça dá decisão final (Imagem Reprodução Internet)

Motorista Uber (Imagem Reprodução Internet)

+Corajosa! Anitta não se esconde e rebate duras críticas sobre sua sexualidade: “Não duram”

A determinação do Juiz Maurício Pereira Simões tem o potencial de reconfigurar profundamente o relacionamento entre a Uber e seus motoristas.

Em sua decisão, o juiz estabeleceu um prazo de seis meses para que a Uber cumpra a ordem após a fase de apelação, sob pena de multa diária de R$ 10 mil para cada motorista não registrado. Dessa forma, essa penalidade pode ter sérias implicações financeiras para a Uber.

LEIA TAMBÉM:

Origem da controvérsia

A origem deste caso remonta a uma denúncia apresentada pela Associação dos Motoristas Autônomos de Aplicativos (AMAA) à Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região.

Os motoristas alegaram condições de trabalho adversas, o que levou o Ministério Público do Trabalho a iniciar uma ação civil pública. O objetivo primordial era garantir que os motoristas da Uber fossem registrados sob a CLT e recebessem compensações por danos morais.

+Felipão aos prantos: Atlético MG está desfalcado e luta para substituição acaba de vazar

O juiz, ao fundamentar sua decisão, destacou que, após análise criteriosa dos diversos aspectos legais relacionados à relação entre a Uber e seus motoristas, a conclusão inescapável era de que esses motoristas deveriam ser considerados funcionários da empresa.

Isso fundamentou sua determinação para que a Uber cumpra a legislação trabalhista brasileira e registre os motoristas, incluindo aqueles contratados após a sentença.

A multa de R$ 1 bilhão imposta à Uber foi direcionada para finalidades específicas. Conforme a sentença, 90% dos danos morais coletivos serão destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador, enquanto os 10% restantes serão direcionados a associações de motoristas de aplicativos devidamente registradas e constituídas de acordo com a legislação. Isso visa assegurar que a compensação beneficie tanto a sociedade em geral quanto os motoristas afetados.

Resposta da Uber

A Uber reagiu rapidamente à decisão da 4ª Vara do Trabalho de São Paulo. A empresa anunciou sua intenção de recorrer da sentença e, como resultado, não implementará nenhuma das medidas especificadas na decisão até que todos os recursos legais sejam exauridos.

A plataforma argumenta que a decisão do juiz é discrepante em relação ao histórico de julgamentos semelhantes envolvendo outras plataformas de compartilhamento, como Ifood, 99, Loggi e Lalamove.

A Uber ressalta a falta de regulamentação clara no país para o modelo de trabalho intermediado por plataformas, o que levou o governo federal a criar um Grupo de Trabalho para elaborar propostas de regulamentação.

+R$100 milhões: São Paulo decide fechar acordo fenomenal para deixar Dorival Júnior pulando de alegria

Uber sofre derrota na Justiça (Imagem Reprodução Internet)

Uber sofre derrota na Justiça (Imagem Reprodução Internet)

Essa iniciativa visa preencher a lacuna legal e estabelecer critérios para a natureza jurídica das atividades e ganhos financeiros mínimos.

A decisão judicial que obriga a Uber a registrar seus motoristas sob a CLT e pagar uma multa substancial por danos morais coletivos representa um momento decisivo na relação entre plataformas de compartilhamento e seus trabalhadores. Apesar da intenção declarada da Uber de recorrer, a sentença reflete uma crescente preocupação com as condições de trabalho e os direitos dos motoristas que prestam serviços por meio dessas plataformas.

Como esse caso se desenrolará no sistema judiciário brasileiro ainda é incerto, mas ele destaca a necessidade de regulamentações mais claras e abrangentes para o crescente setor de serviços por aplicativos.

Eu sou Fernanda Zanardo, tenho 32 anos e sou bacharel em direito por formação pela FMU. Sempre atenta à tudo ao meu redor, sou Redatora Web por vocação. Encantada pelo mundo esportivo, adoro escrever sobre o assunto, sobretudo de futebol. Amo animais e viajar.

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.