Trabalhadores do Uber e iFood se recusam a trabalhar com possível mudança
24/05/2023 às 22h09
Eles não querem a regulamentação dos trabalhos por aplicativos
O presidente Lula prometeu a regulamentação em relação aos trabalhos por aplicativos de entrega e transporte. E motoristas e entregadores do Uber e iFood pleiteiam mais garantias de proteção social, mas, que não comprometam a autonomia que o trabalho mediado por plataformas proporciona.
De acordo com o que foi apurado, três a cada quatro trabalhadores preferem o modelo atual a um emprego com vínculo CLT. Por um outro lado, sete em cada dez contribuiriam para a Previdência caso as empresas empregadoras automatizassem o processo.
Os números tratam-se de uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido de iFood e Uber, com 2,8 mil motoristas e entregadores em todo o país. De acordo com levantamento, 89% aprovam novos direitos, desde que não percam a flexibilidade e possam, por exemplo, continuar a atuar em múltiplas plataformas ao mesmo tempo e escolher quais horários fazer e quais viagens aceitar.
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“É importante que a gente conheça o setor profundamente para que a gente possa fazer um debate sobre regulação que leve em conta as condições atuais de vida desses trabalhadores e as especificidades desse modelo de negócio, para que todas as partes envolvidas nesse debate possam ser contempladas”, disse Debora Gershon, diretora de política de dados e Relações Acadêmicas do iFood.
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Ainda segunda ela, a empresa defende a regulamentação do setor desde o ano de 2021. O Brasil tem atualmente cerca de 1,7 milhões de motoristas e entregadores por aplicativo, de acordo com dados do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Mas, regulamentar o setor vai ser um desafio e tanto. O governo instituiu um grupo de trabalho para discutir o tema, mas que anda a passos lentos e tem a legitimidade questionada por parte das entidades de trabalhadores.
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As empresas como o iFood, devem encontrar resistência nas negociações diante da posição mais crítica do governo ao papel das plataformas. Em várias ocasiões, Lula e o ministro Marinho afirmaram que a situação dos trabalhadores “beira trabalho escravo”.
“O mundo inteiro está com esse desafio pela frente. Esse tipo de trabalho é um trabalho muito diferente do emprego convencional e é muito elástico no tempo e no espaço. A pessoa trabalha no horário que quer, trabalha para duas, três, quatro plataformas ao mesmo tempo”, disse o economista José Pastore, professor da FEA-USP.
Atualmente, de acordo com pesquisa, 30% dos motoristas e entregadores de aplicativos contribuem com a Previdência por meio de outras ocupações de trabalho e 25% dizem realizar a contribuição como profissional autônomo sem vínculo CLT, em modelos como o MEI (Microempreendedor Individual).
Autor(a):
Bruno Silva
Eu sou Bruno Silva, redator de notícias desde 2013, com passagens em diversos sites. No Aaron Tura TV, trago notícias com credibilidade e responsabilidade aos leitores, sobre o mundo esportivo, de olho nas contratações dos jogadores e movimentações no mercado da bola, trazendo também notícias curiosas dos mais diversos assuntos, deixando os leitores atualizados com informações da atualidade.