Companhia aérea gigante, rival direta da Gol, apela com medida urgente contra a falência após afundar em dívidas bilionária
E uma companhia aérea gigantesca, considerada uma das principais concorrentes da GOL no mercado brasileiro, apelou ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos nesta quarta-feira (28), a fim de escapar de um possível colapso irreversível após se afundar em um rombo bilionário.
Trata-se da Azul Linhas Aéreas, a qual tenta se reestruturar após mais de R$ 11,28 bilhões em dívidas.
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O pedido foi formalizado após a companhia enfrentar uma escalada crítica em seus passivos e registrar prejuízos consecutivos.
A medida, semelhante à recuperação judicial no Brasil, visa preservar as operações enquanto a empresa reorganiza sua estrutura financeira.
Neste contexto, a partir de informações coletadas através do G1, a equipe especializada em economia do Hora do Benefício, traz todo o parâmetro da situação e seus impactos.
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O agravamento da crise
Nos últimos dois anos, a Azul acumulou dívidas significativas e perdeu valor de mercado de forma acelerada.
Em 2025, o endividamento total da companhia ultrapassou a marca de R$ 31 bilhões, com um aumento expressivo de mais de 50% em relação ao ano anterior.
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No primeiro trimestre, conforme citado acima, o rombo foi de R$ 1,82 bilhão — pior do que o registrado em 2024.
O quadro financeiro deteriorado se refletiu diretamente nas ações da empresa, que acumulam queda superior a 70% no ano.
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O CEO da companhia, John Rodgerson, responsabilizou a situação:
- Pela crise da pandemia de Covid-19;
- Desequilíbrios macroeconômicos recentes;
- Disfunções na cadeia global de suprimentos da aviação.
De acordo com ele, a combinação desses fatores comprometeu o fluxo de caixa e inviabilizou o cumprimento de compromissos financeiros sem reestruturação.
Pedido de proteção:
A Azul ingressou com o pedido de proteção no Tribunal de Falências dos Estados Unidos, solicitando o Capítulo 11 para viabilizar a continuidade das operações enquanto conduz negociações com credores.
O plano da companhia inclui a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e a injeção de US$ 950 milhões em novos aportes de capital.
O processo ainda contempla um financiamento de US$ 1,6 bilhão que deve assegurar liquidez no curto prazo.
Durante a tramitação, a empresa afirma que continuará operando normalmente, preservando compromissos com clientes, fornecedores e funcionários.
A iniciativa recebeu o respaldo de credores relevantes, da maior arrendadora de aeronaves da Azul, além de parceiros estratégicos nos Estados Unidos.
Impacto imediato e reação do mercado
Apesar de o mercado já sinalizar preocupação com a situação da empresa, a formalização do pedido de recuperação gerou forte repercussão negativa.
Antes da abertura das bolsas americanas, os papéis da companhia chegaram a cair 40%.
No pregão brasileiro, a queda foi de cerca de 6%, o que acionou o mecanismo de leilão para conter a volatilidade.
Diante da nova realidade, a B3 anunciou a exclusão das ações da Azul de todos os seus índices.
A crise da empresa já havia se tornado evidente semanas antes, quando os papéis lideraram as perdas do Ibovespa após a divulgação de prejuízos trimestrais elevados.
A movimentação do mercado indicava que a recuperação judicial era iminente, mas ainda assim, a confirmação da medida intensificou o pessimismo entre investidores.
Repercussão institucional
O Ministério dos Portos e Aeroportos declarou que acompanha de perto o processo de recuperação da Azul.
A pasta manifestou confiança na capacidade da empresa de conduzir uma reestruturação bem-sucedida, à semelhança do que ocorreu com outras aéreas nacionais.
O governo também reafirmou seu compromisso em manter diálogo com o setor para mitigar impactos sobre consumidores e o sistema de transporte aéreo.
Quais são os próximos passos da Azul?
Durante o processo de reestruturação, a Azul pretende manter a malha aérea, honrar passagens emitidas e garantir a operação dos programas de fidelidade.
A companhia também solicitou ao tribunal autorização para seguir com o pagamento de salários e benefícios, além da quitação de compromissos com fornecedores essenciais.
O plano prevê que, ao final do processo, a empresa saia com uma estrutura de capital mais enxuta e condições de recuperar a competitividade no mercado.
As negociações com credores e investidores seguem em andamento e serão determinantes para o sucesso da recuperação.
Tenho passagens da Azul, algo muda com a recuperação judicial?
De acordo com a CNN, a Azul informou que “a operação continua normalmente” e os passageiros não serão afetados. Além disso, os bilhetes serão honrados, além dos pontos do Azul Fidelidade e os benefícios mantidos.
Fernando Canutto, especialista em direito empresarial e sócio do Goodke Advogados, pontuou que é baixo o risco de cancelamento de voo da companhia por conta do pedido de recuperação judicial.
“Não posso dizer que é impossível, mas é altamente improvável que haja impacto imediato. A maioria das companhias aéreas continua a honrar as reservas durante o processo de reestruturação” – Disse ele
Conclusão:
Em suma, a Azul acionou o Capítulo 11 da Lei de Falências americana para eliminar mais de R$ 11,28 bilhões em dívidas.
Agora a companhia pretende seguir operando normalmente com apoio de parceiros estratégicos. Por fim, o governo brasileiro observa o processo com expectativa de recuperação bem-sucedida. Mas, para saber mais sobre essas histórias como essa, clique aqui*.