Natuza Nery conta sobre códigos usados e machismo na política nacional
29/08/2022 às 8h26
Com uma longa trajetória no jornalismo, Natuza Nery recordou o começo da carreira em cobertura política. A apresentadora do Papo de Política declarou que existem códigos feitos no Congresso Nacional e analisou a presença de representantes mulheres lá. “Quando eu comecei no jornalismo, eu comecei direto no jornalismo político”, disse.
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“Eu detestei que me mandaram para o Congresso Nacional, porque eu gostava do exato e não do subjetivo. A política é muito subjetiva. Quando eu cheguei lá e comecei a me situar naquele salão verde e azul. O salão azul é o senado e salão verde é o carpete da câmara dos deputados. Eu lembro que um senador cochichou pro outro e eu precisava descobrir qual era o caminho que o partido ia seguir, se ia votar contra ou a favor de um projeto que eu já não lembro mais”, relatou Natuza Nery em participação no Altas Horas, apresentadora por Serginho Groisman, na Globo.
A jornalista contou que os políticos usaram um código ao fazer um sinal com a gravata. “E aí eles estavam usando código. E um jornalista veterano falou pra mim: ‘Repara. Isso aí que eles estão fazendo, ele está dizendo que vai orientar a favor, mas vai votar contra. Por isso que ele está alisando a gravata’. Aí eu falei: ‘Mas e se for mulher? Qual é o sinal?’”, detalhou Natuza Nery.
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“Foi ali que me caiu uma ficha poderosa: que, embora tivessem muitas jornalistas mulheres – não tenho estatística, mas tenho a impressão de que tem mais mulher cobrindo política do que homem -, os códigos políticos são todos masculinos até hoje. Eu vejo muita jornalista mulher cobrindo política, mas a política é um universo muito masculino e machista também, né? Porque uma coisa não está desassociada à outra. Um dia estará”, contou a jornalista sobre os momentos relembrados.