Ex-Polegar é alvo de ataques após acidente em motociata de Bolsonaro: ‘Desejam morte’

15/06/2021 às 19h24

Por: Flavia Fasanella
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Alan Frank, ex-Polegar, é alvo de ataques na internet após sofrer acidente de moto em passeata a favor de Bolsonaro Foto: Reprodução

O ex-integrante da banda Polegar, Alan Frank, virou alto de críticas e ataques nas redes sociais após sofrer acidente na motociata de Jair Bolsonaro, neste último sábado (12), em São Paulo. O empresário foi atropelado por uma moto ao fazer parte da comitiva. Por ter demonstrado apoio ao presidente, ele tem recebido diversas mensagens de ódio. “Como desejam a morte ou o mal de alguém? As pessoas prezam por amor, mas discursam o ódio. Um absurdo sem tamanho”, comentou.

“A reação de ódio é muito grande, uma coisa feia. Sou uma pessoa que aprendi a respeitar a todos desde pequeno. Eu nasci e fui criado dentro da televisão, um meio que tem muita diversidade. Me deixa muito triste que a maioria envie ódio. Tem pessoas me mandando mensagens, que eu bloqueei, em que falam: ‘Pena que você não ficou paraplégico’ ou ‘você deveria ter morrido’, relatou ao Notícias da TV.

No último sábado, Frank participou da comitiva do presidente que circulou pela cidade de São Paulo. Convidado por Celso Russomanno, ele tomou café da manhã com Bolsonaro no aeroporto do Campo de Marte e, em seguida, foi a caminho da passeata de motos. Segundo ele, esse foi o erro.

“Nós estávamos com o adesivo da comitiva. Só que na hora que as motos começaram a sair, criou-se uma grande confusão, pois tinha que ter um adesivo também no capacete e não tinham entregue para nós. Os batedores [da polícia] acabaram não identificando a gente no tumulto e ficamos para trás”, relatou.

“Fomos em direção a Jundiaí pela Bandeirantes. Estávamos devagar, mas uma moto na minha frente com um casal começou a andar em zigue-zague e desequilibrou. Eu percebi que eles iam cair e reduzi [a velocidade], mas não dava para parar de vez porque tinha muita gente atrás. E esse casal, realmente, caiu”, detalhou Alan.

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A queda da moto acarretou em um engavetamento. Frank foi atingido por uma das motocicletas e também tombou. Assustado, tentou se erguer rapidamente do chão, mas foi atropelado por outro motorista que vinha em sua direção.

“Quando eu me levantei, eu estava de costas, veio outra moto e bateu com a roda nas minhas costas. Foi aí que tive a lesão. Eu deveria ter ficado deitado no chão, mas levantei com medo de ser atropelado por outras motos. Minha moto ficou caída, pois eu não tinha forças. Um rapaz levantou para mim e me tiraram de lá”.

O médico e ex-Polegar deixou a comitiva pilotando. Ele voltou para casa e só então foi ao Hospital Israelita Albert Einstein. Ele ficou internado de sábado até o início da tarde de segunda-feira (14).

Após feitos alguns exames, os médicos concluíram que Alan Frank teve uma lesão na coluna lombar – nas vértebras L2, L3, L4. Apesar de não ter se tratado de uma contusão séria, o artista não precisará de cirurgia. Sua recuperação se baseará em fortes medicações para dores, fisioterapia e uso de colete com estrutura de ferro – desenvolvido para proporcionar estabilização e segurança à coluna lombar.

Ao mencionar sobre a hospitalização nas redes sociais, Frank se deparou com os ataques e julgamentos de quem não concorda com sua preferência política. Foi na internet que ele chegou a assistir o vídeo do exato momento em que ocorreu o acidente. A BandNews exibiu o ocorrido com os motociclistas ao vivo, e a cena viralizou nas redes sociais no final de semana. “É esse vídeo, mas eu nem consigo me identificar”, contou.

Alan Frank, ex-Polegar, e Jair Bolsonaro, se encontram em motociata a favor do presidente

Alan Frank, ex-Polegar, e Jair Bolsonaro, se encontram em motociata a favor do presidente Foto: Reprodução

“É tudo pesado demais. E são pessoas que em sua maioria prezam tolerância. Mas não tem nada mais intolerante do que você desejar a morte de alguém ou que alguém fique paraplégico porque tem um posicionamento político diferente do seu”, desabafou o artista em suas redes sociais.

A recuperação do médico deve levar quatro semanas. Um dia após receber alta do hospital, ele iniciou a fisioterapia em casa e, apesar das dores constantes, está focado em sua reabilitação. Ele possui uma clínica de oftalmologia em Alphaville, na Grande São Paulo, e lamenta ficar afastado do trabalho.

“Eu preciso trabalhar. Ficar sem trabalhar é ruim porque sou profissional autônomo. Quem não trabalha, não ganha. Eu tenho agenda, cirurgias marcadas, tenho paciente dependendo de mim. Sou muito ativo”, revelou Alan Frank.

Apesar do acidente, Frank mostra não ter se arrependido totalmente de ter participado do encontro com o presidente. Ele apenas chegou a se “arrepender” de ter aceitado o convite para a motociata, já que ela saiu um pouco do controle. “Na hora que eu vi que estava desorganizada, eu deveria ter ido embora”, finalizou.

Tenho 23 anos e estou cursando o último semestre de Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Minha maior paixão, desde sempre, foi a escrita, e usar o Jornalismo para tocar a vida das pessoas.

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