Com medo da novela ser ‘cancelada’, Globo tira tramas homofóbicas de Pantanal

Dia 28 de março estreia o remake de Pantanal no horário nobre da Globo.

A trama original que foi escrita por Benedito Ruy Barbosa, ganhou uma nova roupagem através do neto do autor, Bruno Luperi, que assina o remake de “Pantanal”. A novela das 21h da Globo que estreia dia 28 de março, também ganhou atualizações para que se enquadrasse nos tempos atuais. Por isso muita coisa que foi escrita e exibida há 32 anos atrás não será reaproveitada na nova versão.

“Pantanal”, é a menina dos olhos de ouro da Globo para a sua teledramaturgia em 2022. Portanto a emissora quer evitar que o seu principal produto do horário nobre sofra com uma parcela do público progressista e faça com que a novela receba um ‘linchamento virtual’, mais precisamente, que seja ‘cancelada’.

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Na atualização dos roteiros, foi retirado menções sobre a sexualidade do protagonista Jove, vivido por Jesuíta Barbosa e também aos termos homofóbicos dedicados ao mordomo gay Zaqueu, vivido por Silvero Pereira. A nova roupagem com a retirada desses temas polêmicos foi discutida com o maior cuidado entre Bruno Luperi e Rogério Gomes, o Papinha, diretor artístico de “Pantanal”.

Até mesmo a escolha do elenco foi criteriosamente analisada para que a trama se tornasse um verdadeiro sucesso. De acordo com o Notícias da TV, uma das tramas que foram excluídas de “Pantanal”, é um trecho que marca o encontro de Jove com Juma, vivida pela atriz Allanis Guillen.

Quando o personagem retorna para o Rio de Janeiro, com a moça, ele acaba sofrendo ataques homofóbicos de sua ex-namorada. Na versão de 1990, o papel foi vivido por Flávia Monteiro, conhecida do público por ter protagonizado a primeira versão de “Chiquititas” (1997-2001) no SBT. Sua personagem, Nalvinha espalha para a alta sociedade que Jove é gay ou uma “bichona louca”, termo usado na versão original.

NOVA ROUPAGEM EM PANTANAL

O papel da ex-namorada do protagonista de “Pantanal”, ainda existirá. Porém, dessa vez será usado outro artifício para que a personagem fale mal do ex-namorado. A novela também excluiu o olhar homofóbico que José Leôncio, interpretado por Marcos Palmeira, tinha quando via algumas atitudes de Jove assim que conhece o filho após 20 anos sem vê-lo.

O mal-estar entre pai e filho será apenas por diferenças culturais e não mais por menções a sexualidade do protagonista de “Pantanal”. Outra atualização que consta no remake da novela é sobre o tratamento dado ao mordomo Zaqueu , vivido por Silvero Pereira que interpretou a drag queen Elis Miranda na novela “A Força do Querer”, de Glória Perez.

O mordomo de Mariana, que será vivida pela veterana Selma Egrei, não vai mais passar por constrangimentos ao ouvir piadas homofóbicas dos patrões. Na nova versão de “Pantanal”, o preconceito será retratado através de outros personagens e não mais do convívio do mordomo, no caso o vilão Tenório que será interpretado por Murilo Benício.

“Pantanal” é cercada de expectativas e é considerada a grande aposta de José Luiz Villamarim e Ricardo Waddington, novos chefões da Teledramaturgia da Globo. A novela tem como objetivo aumentar os indíces de audiência de “Um Lugar ao Sol”, considerada o maior fracasso da história do horário nobre da Globo.

No elenco da trama constam nomes de peso da Globo como; Osmar Prado, Jesuíta Barbosa, Marcos Palmeira, Juliana Paes, Bruna Linzmeyer, Allanis Guillen, Dira Paes, Murilo Benício, entre outros.