De acordo com mulher de Dom Phillips, corpos do indigenista e jornalista foram encontrados

13/06/2022 às 12h33

Por: Felipe Cicuti
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Corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira são encontrados

Foram encontrados dois corpos no Vale do Javari pela Polícia Federal, região em que o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips haviam desaparecido desde o dia 5 de junho, na Amazônia. A mulher de Phillips, Alessandra Sampaio concedeu a informação ao jornalista André Trigueiro, da GloboNews. As mortes ainda não foram confirmadas pelos órgãos oficiais.

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Segundo Alessandra Sampaio, a PF ainda não efetuou a perícia nos corpos, encontrados um dia após os pertences pessoais da dupla desaparecida terem sido identificados.

Phillips e Pereira haviam sido ameaçados por madeireiros e garimpeiros antes de desaparecerem, de acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Não há ainda informações ou detalhes de quem seriam os autores das ameaças.

O jornalista e o indigenista, que era funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), estavam pela região para entrevistar indígenas. O jornal britânico The Guardian declarou que Dom Phillips estava escrevendo um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson. O jornalista estava no Brasil fazendo reportagens sobre o país há mais de 15 anos para diversos jornais, como o The Guardian, New York Times, Financial Times e Washington Post.

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O Vale do Javari concentra 26 etnias indígenas, a maior parte delas com indígenas isolados ou de pouco contato recente. Bruno Pereira era um colaborador da Univaja, que é mantida pelos próprios indígenas da região. O indigenista já havia feito denúncias que estaria sofrendo ameaças na região. A Polícia Federal iniciou uma investigação sobre a denúncia.

Forças Armadas em busca pelos desaparecidos Dom Phillips e Bruno Pereira

Forças Armadas em busca pelos desaparecidos Dom Phillips e Bruno Pereira

O governo brasileiro, sob a figura de Jair Bolsonaro (PL), vem sendo alvo de críticas por sua ação em relação aos esforços das buscas, desde o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) chegaram a fazer cobrança por aumento de esforços das autoridades brasileiras.

“A resposta foi extremamente lenta, infelizmente. Achamos bom que agora, após uma medida judicial, as autoridades tenham empregado mais meios para as buscas”, disse a porta-voz da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani na última sexta-feira, 10 de junho.

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Ao falar sobre o desaparecimento do jornalista e do indigenista, o presidente Jair Bolsonaro disse que o percurso escolhido por Bruno Pereira e Dom Phillips era duvidoso, e os culpou pelo próprio desaparecimento.  “Realmente… Duas pessoas apenas, em um barco, em uma região daquela, né, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser um acidente, pode ser que eles tenham sido executados”, disse o presidente, ainda afirmando que não houve retardo ou falta de esforços nas buscas.

No sábado, 11, a OEA estabeleceu um prazo de sete dias para que o Brasil redobrasse os esforços e pediu informações sobre as ações adotadas.

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