Regina Duarte presta desserviço à sociedade sobre racismo: ” Dia da Consciência Branca”

Neste domingo (21), Regina Duarte, ex-secretária especial de Cultura do Governo Bolsonaro, prestou um grande desserviço à sociedade sobre racismo um dia após o Dia da Consciência Negra.

No Instagram, Regina Duarte questionou a existência desta data, utilizada para a reflexão sobre desigualdades e violências raciais, sugerindo uma outra comemoração: “Quando teremos o Dia da Consciência Branca, Amarela, Parda…?”

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Regina Duarte afirma que precisamos, como sociedade, olhar para frente e deixar o tempo de escravidão para trás. “Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas? Quando vamos parar de olhar pra trás e enfrentar o hoje, e nos olharmos com a coragem da cara limpa? Maduros, evoluídos, conscientes de nossa luta, irmanados em nossa capacidade, de sermos… humanos? Simplesmente irmãos?”, declarou.

Yuri Silva, coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras, repudiou a fala de Regina Duarte ao Notícias da TV, afirmando que a fala da atriz é elitista.

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“Não só vive os privilégios que vive, mas não tem olhar de sensibilidade para entender como foi configurada a sociedade brasileira. É uma fala que ignora que esse país foi forjado pelo trabalho escravo de negros trazidos para cá à força por antepassados brancos, que eram os senhores de engenho”, explica o militante, que, inclusive, participou dos atos pela Consciência Negra na Avenida Paulista, no sábado (20).

A fala de Regina Duarte, segundo o ativista, é muito mais cruel por usar um vídeo de um homem negro sem consciência racial em sua publicação. “É sorte que tenhamos brancos aliados à luta antirracista, e precisamos citar isso. Mas pessoas que usam um vídeo de um homem negro sem consciência racial, como Morgan Freeman, para atacar o próprio povo negro, são os mesmos que arregimentavam nossos irmãos para serem capitães do mato”, diz Yuri Silva.

Regina Duarte é ex-secretária especial da Cultura do Governo Bolsonaro (Foto: Reprodução)

“Para essas pessoas, a escravidão negra do Brasil será sempre crime dos seus avós, bisavós e tataravós. Mas não. Será sempre o crime da raça branca. A Regina sabe disso por isso que tenta se defender atacando o Dia da Consciência Negra”, se revolta o coordenador nacional do CEN.